Programa de Proteção Respiratória: cuidado para o trabalhador e para a empresa

Você já parou para pensar em quantas partículas, vapores e agentes químicos visíveis e invisíveis podem estar presentes no seu ambiente de trabalho?

Em empresas de setores industriais e de saúde, a presença de contaminantes respiratórios no ar é uma realidade que até pode ser imperceptível, mas é extremamente perigosa.

Isso porque a exposição diária a poeiras, substâncias químicas ou mesmo vírus e bactérias pode comprometer a saúde respiratória dos trabalhadores. Além disso, a possibilidade de deficiência de oxigênio em determinadas atividades, especialmente em espaços confinados, também pode ser muito perigosa.

Em alguns casos, o efeito só aparece depois de anos. Em outros, basta uma falha pontual para causar uma intoxicação aguda podendo gerar, até mesmo, um acidente grave.

É justamente para prevenir situações assim que existe o Programa de Proteção Respiratória (PPR). Ele não é apenas um protocolo técnico, mas também uma ferramenta de cuidado, seja com a equipe, com o ambiente ou com os resultados da empresa.

Se você atua em setores como metalurgia, plástico, madeira, saúde, manutenção industrial, mineração, têxtil, entre outros, este conteúdo é para você. Aqui, vamos explicar:

• Quais são os principais riscos respiratórios ocupacionais
• Por que o Programa de Proteção Respiratória (PPR) é fundamental
• Quais setores enfrentam maior risco em segurança respiratória ocupacional
• E o que as empresas podem fazer para cuidar melhor da saúde respiratória de suas equipes

Aproveite a leitura!

Quais são os riscos respiratórios no ambiente de trabalho?

As Normas Regulamentadoras 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e 6 (Equipamentos de Proteção Individual), estão entre as principais NRs que regulamentam as ações de identificação e controle dos riscos respiratórios no ambiente ocupacional. Essas normas estabelecem os critérios para reconhecer, avaliar e minimizar a exposição a agentes nocivos presentes no ar que podem comprometer a saúde respiratória.

É importante destacar que a avaliação desses riscos  é uma etapa fundamental para a escolha e uso adequado dos respiradores, devendo ser realizada por profissional competente.

Segundo as normativas, riscos respiratórios são os elementos contaminantes presentes no ambiente que, ao serem inalados, podem comprometer a saúde do trabalhador, tanto a curto quanto a longo prazo. Da mesma forma, a deficiência de oxigênio também é caracterizada como um risco respiratório.

Veja quais são os principais tipos de riscos respiratórios:

• Particulados: poeiras, névoas, fumos metálicos;
• Gases e vapores tóxicos: como amônia, solventes e monóxido de carbono;
• Microrganismos: vírus, fungos e bactérias, especialmente em ambientes hospitalares ou laboratoriais;
• Deficiência de oxigênio: situação comum em espaços confinados, como tanques, silos e galerias;

Mesmo sem serem percebidos imediatamente, esses agentes podem causar doenças respiratórias ocupacionais graves e irreversíveis:

• Bronquite crônica
• Asma ocupacional
• Silicose
• Câncer pulmonar

Dados que alertam sobre os riscos respiratórios

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 450 mil trabalhadores morrem por ano em decorrência de doenças respiratórias causadas por exposição a agentes nocivos no trabalho.

No Brasil, o Ministério da Saúde registra milhares de afastamentos anuais ligados a doenças pulmonares ocupacionais, especialmente em setores com alta presença de poeira ou produtos químicos.

Esses dados reforçam a urgência de investir em prevenção e proteção.

O que é o Programa de Proteção Respiratória (PPR)?

Bem, agora que você já conhece quais são os riscos respiratórios e o impacto deles no mercado de trabalho, chegou a hora de saber como mitigar e proteger os colaboradores desses riscos, estabelecendo um protocolo de segurança respiratória ocupacional.

Uma das principais ferramentas para esta finalidade é o Programa de Proteção Respiratória (PPR), um conjunto de ações e medidas implementadas pelas empresas para garantir que os trabalhadores estejam protegidos contra riscos respiratórios.

Ele é obrigatório de acordo com a Portaria n.º 672, de 8 de novembro de 2021 e segue diretrizes da Fundacentro.

O PPR envolve:

• Avaliação dos riscos no ambiente de trabalho
• Seleção de Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR) adequados
• Avaliação médica de aptidão dos trabalhadores
• Treinamentos sobre o uso, a guarda, a conservação e a higienização dos ERPs
• Ensaios de vedação (fit test) para respiradores
• Monitoramento contínuo da exposição dos trabalhadores

Quais setores possuem mais riscos respiratórios?

Vale reforçar que os riscos não são os mesmos para todas as áreas. Mas há alguns setores principais onde o Programa de Proteção Respiratória é indispensável:

1 Madeireiras e marcenarias

Alta presença de poeira de madeira, que pode causar alergias e doenças respiratórias crônicas.

2 Metal mecânica e siderurgia

Exposição a fumos metálicos e gases tóxicos gerados em processos de soldagem e fundição.

3 Indústria de plásticos e químicos

Vapores de solventes e compostos orgânicos voláteis (COVs) podem causar intoxicações e doenças pulmonares.

4 Setor da saúde (hospitais e laboratórios)

Risco biológico com vírus, bactérias e fungos.

5 Espaços confinados

Deficiência de oxigênio e presença de gases tóxicos exigem proteção e monitoramento constante.

6 Mineração

Exposição à poeira mineral com possibilidade de presença de sílica livre cristalina.

7 Construção Civil

Pode ocorrer exposição a diversos contaminantes, principalmente a  poeira mineral, poeira de madeira e vapores químicos.

Importante: no PPR, o uso de respiradores em situações de fuga, resgate e emergência deve ser previsto, com equipamentos adequados, como respiradores autônomos (SCBA). É essencial que os trabalhadores estejam treinados, realizem fit test e sigam procedimentos definidos para garantir a segurança em atmosferas perigosas.

Por que investir em proteção respiratória é estratégico para a empresa?

Não é apenas por ser uma exigência legal que é estratégico investir em proteção respiratória: a adoção de um Programa de Proteção Respiratória mostra que a empresa se preocupa com a saúde e a segurança de sua equipe, e isso se reflete diretamente no engajamento e na produtividade dos colaboradores.

Quer ver só? Entre os benefícios do PPR, estão:

• Redução de afastamentos e custos com saúde
• Conformidade legal, incluindo o atendimento às exigências das NRs relacionadas à proteção respiratória
• Aumento do bem-estar e engajamento dos colaboradores
• Fortalecimento da imagem institucional como empresa responsável

Uma pesquisa do SESI com 500 médias e grandes empresas brasileiras revelou que investir em saúde e segurança no trabalho gera benefícios concretos para as organizações. Para 48% das empresas, essas ações ajudam a reduzir faltas ao trabalho; 43,6% apontam aumento da produtividade e 34,8% registram uma redução de custos operacionais.

A pesquisa também mostra que a valorização da saúde e segurança está relacionada à prevenção de acidentes e ao bem-estar dos trabalhadores.

O que a empresa pode fazer agora para aumentar a segurança respiratória?

Se sua empresa atua em um setor com riscos respiratórios, é hora de agir. Algumas ações recomendadas:

• Faça um mapeamento dos agentes químicos e biológicos presentes no ambiente;
• Implemente ou atualize seu Programa de Proteção Respiratória;
• Forneça equipamentos adequados, testados e bem conservados;
• Realize treinamentos contínuos sobre o uso dos EPRs;
• Monitore regularmente a exposição e os indicadores de saúde dos trabalhadores.
• Realize uma auditoria anual do PPR com foco em melhoria contínua.Cuidar da saúde respiratória é mais do que cumprir normas: é garantir que sua equipe possa trabalhar com segurança, confiança e qualidade de vida.

O SESI Saúde pode ser seu parceiro nessa jornada, com treinamentos, consultorias e apoio técnico para implementar Programas de Proteção Respiratória eficientes e alinhados com a legislação.

Quer saber mais? Clique aqui e receba mais informações.